Um tempo, uma esquina

Não quero que esse tempo me leve para qualquer esquina!

Uma nefasta esquina dessa vida de atropelos,

que me deixe prostrado entre medos, entre amores proibidos.

Abandonado, em desordem, numa espantosa solidão.

Não quero que essa vida, essa vida de arremedos,

me transporte para outros sobressaltos, outras angústias,

destoantes descompassos, exalando novas rugas,

nesse corpo curvado, resignado, martirizado nesses embates.

Só quero a vida dos que sonham, dormem e esquecem!

Em cada dia que me resta, quero uma vida sem algemas!

Avesso as cicatrizes do tempo que compõe essa paisagem,

concedendo enlaçamentos inexatos nesse fim do meu caminho.

Quero viver o milagre do tempo complacente!

… e que a vida seja plena, assim de repente,

que seja primavera no frescor de novos dias.

Viver é o que quero, nessa paixão inexata nessa vida!

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