E tarde!

É tarde para assombros!

Os sonhos se desfazem em cada amanhecer,

entre meus desamparos e desassossegos,

entre minha apatia e tristezas emocionais.

Vejo na embriaguez dessas noites frias,

paixões voláteis e espaços desabitados.

Vejo reticências, vagas lembranças,

destoantes primaveras, indagações presentes.

É tarde para concessões!

O que passou, passou, nada resta!

Nem aceno para imprecisas esperanças,

nesses tempos de reflexões e de dor.

Novos contornos, novas confluências,

nesse corpo carcomido, nesse abismo,

nesse tempo desmedido, nessa letargia.

Tempo que aniquila, tempo temido, inexorável.

É tarde para sobressaltos, emoções e aflições.

A vida passou nessa desordem, nesse caos.

Fiquei aqui, ruminando minha dor e meus amores,

entre ciladas e cicatrizes, entre medos e desolação.

2 Me gusta