Ato confuso

Cai ao longe um resto de sol nesta tarde finda.

Acanhados filetes preconizando noite plena.

Me ponho a pensar, divagando nesse lusco fusco.

Confusamente percebo essa vida lenta, arrebatando-me.

Lembro-me da casa aconchegante ao pé da serra.

Confusamente me deparo com esses momentos insípidos,

nessa cálida noite entre melancolias, me entorpeço,

abrasando-me nesse manto doloroso de silêncio.

Reflito nesse deserto sombrio dessa vida besta.

Desejos intensos se apossam de meu corpo,

recônditos segredos resplandecem nessa noite morna.

Ironia é o que fica nessa prostração, na tua ausência.

Desejos eclodem em meu ser amofinado, ensimesmado.

Nessa noite mansa, descuidado, desamparo me aniquila.

Tua expressão lânguida ressurge flagelando-me!

Vagarosamente absorvo esses desejos imprudentes.

Outra vez esse abandono, no silêncio dessa casa!

Consumindo em desordem essa vida de quimeras.

Ficou tarde demais para esses encontros de pernas ardentes.

Branda lassidão invade esse quarto, me resigno.

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